quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Obaluaê

O Deus da Vida e da Morte, da cura, continuidade e existência



O Pai que mais defende seus filhos da ameaça de inimigos

Obaluaê ou Omulu como é conhecido em sua forma mais velha, é o Orixá que controla as doenças, aquele que deve ser procurado para se controlar as epidemias e doenças inexplicáveis. 
 Obaluaê é um deus do Daomé, diferente dos Orixás Iorubas que são alegres, próximos e se assemelham a humanos. A aproximação desse Orixá geralmente causa temor. Omulu castiga quem maltrata seus filhos de santo, ou desrespeita sua divindade com doenças e até morte. Não cobre seu rosto apenas pela deformação de suas chagas, mas por causa do respeito que devemos ter mediante a sua figura. 
Entretanto Obaluaê é um Orixá que pode ser um pai bondoso e fraternal para aqueles que se tornam merecedores através de gestos humildes, honestos e leais. 





Em sua história, Obaluaê foi gerado por Nanã, que ao não conseguir suportar ter que criar um filho coberto de chagas e com uma perna menor que a outra, o abandonou na areia do mar. Ao ver a criança que foi deixada por Nanã na porta de seu reino, Iemanjá tomou o menino e o criou como filho, cuidando de suas chagas e cobrindo lhe com palha. 
 Iemanjá foi uma mãe tão carinhosa e atenciosa para Obaluaê como foi para Xangô, Ogum e Oxóssi. Entretanto ele já tinha um dom especial para a cura quando feliz, e também o dom de gerar doenças e epidemias malignas como a malária que devastavam povos inteiros. 
 Quando Obaluaê atingiu a idade adulta, Iemanjá resolveu unir o filho à sua mãe biológica Nanã. Já que a mágoa de ter sido abandonado, e a vergonha de não poder se mostrar por ter o corpo coberto de chagas, o fazia despejar desgraças sobre a terra. 
 Ao perdoar Nanã que se arrependia muito de ter abandonado seu filho à sorte, Obaluaê tornou-se um Orixá mais compreensível e encontrou um reino onde mesmo temendo sua presença, foi reverenciado. Assim recebeu um palácio onde se firmou. 
 Iansã era uma mulher muito curiosa, de todos queria noticias e tudo queria saber. Apenas um segredo havia que ela já fizera de tudo para descobrir e não conseguira. Era o fato de Obaluaiê andar coberto de palha, apenas se viam seus braços e pernas e nunca ninguém vira seu rosto. Iansã perguntava a todos o porquê disso e sempre lhe diziam que como tinha o corpo e o rosto coberto de chagas, ele não gostaria de mostrar ao mundo a sina que o acompanhava. Essas explicações vindas de todos os lados a deixavam mais curiosa ainda. Passou a perseguir Obaluaiê obsessivamente, aonde ele ia, disfarçadamente ia atrás. Um dia quando estava quase desistindo, sentia-se cansada o rapaz andava muito, sentou-se aos pés de uma grande árvore e adormeceu. Acordou com o ruído do farfalhar de palhas que sempre acompanhava seu perseguido que estava molhando os pés num pequeno riacho muito perto dela e não a tinha percebido. Era a hora! Finalmente descobriria o que há meses a torturava. Ergueu as mãos para o céu e chamou pelos ventos que sempre a auxiliavam. Eles vieram e numa lufada forte envolveram Obaluaiê, que despreparado, não pode impedir que a palha se levantasse deixando seu corpo exposto. Mas no mesmo momento o vento fez com que as feridas que cobriam o corpo de Obaluaê virassem pipocas que se espalharam pela terra trazendo cura para todas as doenças. Qual a surpresa de Iansã ao ver que debaixo da vestimenta não havia uma só chaga, mas sim uma beleza radiosa, todo o corpo do rapaz brilhava numa cor de cobre que o sol acentuava. O que ele escondia não era a vergonha de um corpo disforme e sim a beleza infinda que a todos faria inveja. Desse dia em diante Iansã não mais perseguiu Obaluaiê, mas sempre que o encontrava suspirava pela beleza que nunca mais esqueceu.
Depois de um tempo Obaluaê se casou com Ewá.





Os filhos de Obaluaê são pessoas incapazes de se sentirem satisfeitas quando a vida corre tranqüila para elas. Chegam a atingir riquezas materiais e rejeita-las por escrúpulos imaginários. A marca mais forte do filhos de Obaluaê não é a exibição do sofrimento, mas a sabedoria para conviver com ele. Costumam se punir muito, transformando traumas psicológicos em doenças físicas reais. Dotados de rígidos conceitos morais que os afastam dos outros filhos de santo. Costumam encarar os tropeços da vida, as decepções e principalmente as doenças como uma punição por algo que de certa forma são devedores.



Características dos filhos de Obaluaê:



  • Fechados
  • Inteligentes
  • Inconformistas
  • Auto Punitivos 
  • Persistentes
  • Esforçados
  • Discretos
  • Inseguros
  • Serios




Oferendas para Obaluaê:

  • Pipoca
  • Azeite de Dendê
  • Água Mineral
  • Bolo de milho envolvido em folha de bananeira
  • Pão de trigo
  • Vinho Tinto
  • Café
  • Cuscuz de milho
  • Feijão preto

*As oferendas de Obaluaê devem ser entregues de preferência em um balaio de palha ou uma tigela de louça branca. O local apropriado para entregar as oferendas para esse Orixá é sempre em cruzeiros e cemitérios. 








No sincretismo Obaluaê é São Lazaro, que também sofreu com feridas espalhadas no corpo e teve estas tratadas por cachorros. Motivo também pelo qual Obaluaê não é só comemorado no dia 16 de Agosto, mas também no dia 17 de Dezembro.


 






A diferença entre Obaluaê e Omulu é apenas a idade astral do Orixá. São dois tipos do mesmo orixá que na verdade se chama Xapanã.
Porém esse nome não deve ser mencionado nem muito menos chamado, pois atrai a desgraça em toda sua plenitude, pois nos tira do respeito e devoção ao Orixá (como foi falado no início da postagem).





Obaluaê é o dono da Terra. Onde houver terra firme, Obaluaê já pisou. Ele é o último que cela as covas  dos desencarnados, pisando na terra para que a torne firme e esteja pronta para se fortificar da matéria que vai se decompor.




  • As Velas de Obaluaê são Preto e Branco (cruzada)
  • A saudação para Obaluaê tanto na Umbanda quanto no Candomblé é "Atotô" 
  • Seu dia da semana é a Segunda Feira
  • Seu Elemento é a Terra
  • Seu metal é o chumbo
  • Sua Flor é o Monsenhor Branco
  • Suas ervas são: Agoniada; Alamanda; Alfazema; Babosa; Cipó Chumbo; Cebola do mato; Hortelã brava
  • Seu símbolo é a Cruz
  • Seu adorno é o Xarará



Na Umbanda Obaluaê é cultuado e louvado, mas não são todos os terreiros que batizam o médium com esse Orixá sendo Pai de Cabeça. Isso acontece por dois motivos: o primeiro é que como na Umbanda não se faz as oferendas da mesma forma que o Candomblé faz (rituais que por respeito e consideração não mencionaremos aqui), e se tratar de um Orixá muito exigente nas suas obrigações. O segundo motivo é que como não há incorporação de Oxalá na Umbanda, colocamos a força sagrada de Obaluaê para representar e trabalhar quando precisamos chamar diretamente por Oxalá ("Valei me essa corrente de força o nosso Pai Oxalá, é na linha de Umbanda que Omulu vamos saravá!"). 
Na Umbanda todos podem incorporar o Orixá que virá dependendo do médium, como Omulú ou como  Obaluaê. Ele vem dançando e tampando o seu rosto até que este seja coberto por um pano branco ou palha que é o mais apropriado. 


Abaixo um vídeo para ilustrar a história de Obaluaê e em seguida uma oração para se invocar as forças do orixá. Alertando que esta deve apenas ser feita em momentos em que as esperanças estejam sumindo, ou seja "quando a coisa estiver braba!"





Atotô Obaluaê!

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Festa de Aniversário de 1 ano da casa 2012

Segue algumas fotos da nossa festa que foi linda!

Obrigado ao empenho de todos!



A Cesta das Lembrancinhas que distribuímos (foram ervas para banho com uma mensagem enrolada)


Os Atabaques


Bolo Lindo feito com muito carinho por filhas da casa!




Agradeço novamente a todos que direta e indiretamente fizeram parte desse dia!


Muita paz e muita luz pra todos vocês


Pai Everton D'Oxossi