sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Afirmação de Velas



Uma questão muito questionada por médiuns no decorrer de seu desenvolvimento é a forma na qual se acende velas, a periodicidade em que devem ser afirmadas, e quais as ocasiões e linhas específicas que se deve ou não afirmar velas.
Primeiramente é fundamental ter em mente que afirmar velas não é simplesmente acender o pavio e achar que tudo estará resolvido. Da mesma forma, é preciso saber que a importância e fundamento básico que torna essa ação necessária, é o fato que sem luz nossos guias não enxergam o caminho que devem nos conduzir.
Logo, já podemos entender que acender velas é o básico necessário para fortalecer um médium. Sem isso, as outras coisas que se pratique ou ofereça provavelmente nem serão vistas pelas entidades e guias de luz.
Mas é preciso também ter consciência de que tudo em excesso e exagero, falando de Umbanda, pode causar um efeito indesejado.
Para exemplificar isso, imagine você dentro de um quarto escuro precisando encontrar uma porta para sair. De repente uma luz se acende, possibilitando que você enxergue o caminho da porta. Na seguida várias outras luzes se acendem no mesmo quarto, luzes tão fortes que causam um clarão em seus olhos tão impossível de enxergar quanto a escuridão. Novamente você se vê perdido sem saber o caminho da porta.
Por isso é importante criar uma periodicidade para afirmar nossas velas. Não pode faltar, mas se exagerar, não vai nos ajudar da mesma maneira.
Cada terreiro pode seguir determinadas regras para afirmar velas. O que vamos exemplificar aqui é o que nossa casa segue. Fundamento que foi passado pelos guias e dirigentes que formaram os dirigentes da nossa casa.
Primeiramente, caso não se tenha um altar preparado (cruzado por um pai ou mãe de santo) em casa para afirmar as velas, é necessário utilizar um prato raso branco (preferencialmente sem estampas) para colocar as velas dentro.
Vamos afirmar as velas dos pais de cabeça. Umbanda geralmente reconhece e cultua o casal que rege a cabeça e a frente do médium e o que fica na retaguarda, conhecido como Ajuntó.
Seguindo a posição da figura abaixo, o importante a se saber é que a vela que fica à sua frente do lado direito deve ser a do pai de cabeça em caso de homem, e da mãe de cabeça em caso de mulher.
Devem ser afirmadas iniciando pela branca de Oxalá, seguida pela que estará de frente do lado direito.
*A imagem acima demonstra a afirmação de um homem. No caso de mulher, somente se altera a posição, onde a mãe de cabeça ficaria no lugar da vela verde e os ajuntós também seriam invertidos da mesma maneira. Portanto se fosse uma mulher, as duas velas do lado direito seriam a Azul Escura e Vermelha.

A utilização correta das cores também é muito importante. Especialmente para ajudar na mentalização da entidade/orixá que se afirma.
Estando em desenvolvimento, não há necessidade do médium acender velas para outros guias que não sejam seus pais de cabeça. Nem mesmo para entidades.
Isso somente será feito caso um guia chefe o oriente, do contrário o melhor é esperar a hora certa para não acender de forma errada e acabar se prejudicando.
Especialmente para a linha da Esquerda e Malandros, que quando for permitido é preciso também ter o cuidado minucioso de não afirmar dentro de casa.
A periodicidade mínima para afirmar as velas é de 15 em 15 dias.


Cores de Vela X Linhas que Trabalhamos em nossa casa



Oxalá – Branca
Oxóssi – Verde
Oxum – Azul Escuro
Ogum – Vermelho
Iemanjá – Azul Claro
Xangô – Marrom
Iansã – Amarela
Nanã – Roxo
Obaluaê – Branco
Santa Sara (Egunitá) – Laranja
Exu – Preta
Pomba Gira – Vermelha e Preta
Pomba Gira Cigana – Preta com a cor da cigana
Marinheiros – Branca e Azul
Pretos Velhos – Branca e Preta
Baianos – Amarela e Preta
Boiadeiros – Marrom
Sereia – Azul Claro
Ciganos – Coloridas 
Cosmes Ibejis – Azul Claro (meninos), Rosa (meninas)
Caboclos – Verde
Pagés – Verde e Branco
Caluguinhas – Preto
Erês – Cor da Fruta que comem
Malandros – Vermelha e Branca
Cangaceiros – Laranja
Hindú – Amarela e Branca







Bater Cabeça na Umbanda

Bater Cabeça
Primeiramente é muito importante frisar que esse não é um ato do inconsciente coletivo
Vamos abordar aqui uma questão que muitas vezes é mal compreendida ou interpretada de forma diferente por pesquisadores, quanto ao ritual de bater cabeça dentro das religiões afro-brasileiras.
Dentro da história temos várias interpretações, e dentro dos conhecimentos das casas cada dirigente passa aos seus seguidores da forma a qual lhe foi ensinado, mas o ato de se bater cabeça é um fundamento importante dentro da religião.
Vejam que se fala muito sobre respeito, devoção, mas esquece-se que tudo está ligado não só à simbologia, mas ao ritual e a preparação para os trabalhos e para que possamos entrar em contato com todas as energias e com nosso orixá dentro daquele terreiro.
As formas de reverenciar os orixás são muitas, da mesma forma quando reconhecemos a autoridade de um dirigente, mas neste caso quando levamos nosso ori ao chão estamos reconhecendo quanto da importância dos orixás em nossas vidas, e no caso do dirigente o respeito e a consideração que o filho de santo demonstra àquele que está cuidando da sua formação espiritual. Sim amigos, para os que não perceberam ou não reconheceram ainda, o dirigente tem grande responsabilidade em nossa formação espiritual de seus filhos. Porém aos olhos de muitos isso hoje é visto como uma maneira arcaica de reverenciar alguém que se diz precisar de reverência ou até mesmo submissão dos seus liderados. Mas se buscarmos na história, claramente veremos que esse ato vem acompanhado de inúmeros fundamentos e sentidos, que podem ser aplicados nos dias de hoje da mesma maneira que foram criados nos primórdios da religião. O problema é que na atual sociedade consumista e muitas vezes descrente de qualquer religião onde a necessidade pelo dinheiro e de mostrar suas conquistas através dos seus bens, tornam as pessoas seres acima de qualquer coisa.
A humildade e a beleza deste ato, mostra o quanto podemos nos ligar com as energias fazendo a troca e a renovação para o caminhar do nosso dia a dia.
BATER CABEÇA- ritual que quer dizer cumprimentar respeitosamente e humildemente. Consiste em abaixar-se aos pés do congá (altar) ou uma Entidade Espiritual e tocar sua cabeça ao chão, aos seus pés. Representa respeito e humildade.
Quando batemos a cabeça no congá, estamos não só reconhecendo a força dos orixás em nossas vidas, mas estamos ali nos apresentando como instrumentos, um canal de comunicação e de trabalho dentro da religião e entregando nossas virtudes e fraquezas. Ao estar com seu ori no chão, é importante sempre pedir a renovação de suas forças e que possamos conduzir dentro e fora dos trabalhos a retidão dos nossos atos.
Muitos médiuns, principalmente os sensitivos, quando estão aos pés do congá, conseguem perceber uma energia corrente passando enquanto estão firmando seus pedidos. Muitos recebem mensagens dos orixás e entidades, a ligação se estreita de tal forma que é possível perceber as alterações do médium quando se levanta.
Quanto a bater cabeça para um pai ou mãe de santo, é o ponto mais polêmico sobre o assunto. Nos dias de hoje muitos dirigentes abriram mão dos seus filhos baterem cabeça aos seus pés, e trocaram por simples cumprimentos e pedidos de benção. O que não deixa de estar correto, porém há muito tempo víamos esse ato como somente simbólico, o que gerou esta mudança.
Mas converse com dirigentes antigos e vejam como eles tratam esse assunto. Especialmente quão horrorizados ficam ao se depararem com filhos de santo reverenciando pais de santo sem ao menos se ajoelhar para levar suas mãos ao ori no momento da benção.
Bater a cabeça a um pai ou mãe de santo, significa respeito ao orixá do dirigente. Permissão para que as entidades e os orixás daquele filho possam trabalhar naquela casa, reconhecimento do acumulo vivido na religião por aquele sacerdote, e por fim um pedido de benção, proteção e agradecimento por fazer parte daquela família a qual o pai ou mãe de santo zela.
Em outras épocas os filhos de santo deveriam abaixar suas cabeças quando o dirigente estivesse passando e nem olhar para ele, em forma de respeito (onde na verdade se traduzia em medo), mas esta radicalidade felizmente foi superada nos dias de hoje. Porem trouxe muita falta de respeito para com os dirigentes. Mas isso é tema para um outro assunto.
Basicamente, o ato de bater cabeça não deve ser visto como um ritual poético, maçante, ou simplesmente bonito. Ele significa FUNDAMENTO, PEDIDO DE LICENSA, TROCA DE ENERGIAS E FLUÍDOS ENTRE FILHO – ORIXÁ – PAI QUE SEM O QUAL O MESMO NÃO TERÁ FORÇAS PARA EVOLUIR NOS TRABALHOS QUE SERÃO FEITOS, RECONHECIMENTO À IMPORTÂNCIA DOS QUE ZELAM PELA NOSSA COROA.


 


Como bater cabeça:
Na Esteira – Faz o sinal da cruz ajoelhado em frente à esteira; engatinha com os pulsos para cima  e o corpo em bruços até o ponto que baterá a cabeça; encosta pelo menos 1 mão no ponto da casa que deve estar estendido na esteira; mantem as mãos abertas com as palmas para cima (muito importante para troca de fluídos com quem irá consagrar o ori); bate testa-cabeça virada para direita-testa-cabeça virada para esquerda- testa exatamente nessa ordem; mantem a testa por alguns segundos na esteira concentrando-se em pedir permissão e força aos guias chefes da casa para trabalhar; com as palmas ainda para cima, engatinha para fora da esteira e salda de joelhos Babás, Babalaôs, Pais e Mães pequenos, atabaque e esquerda.
No Altar – Molhar coroa nuca e pulsos com a água cruzada; com as mãos espalmadas para cima, no centro do altar, bater testa-cabeça virada para direita-testa-cabeça virada para esquerda- testa exatamente nessa ordem
Ordem de Médiuns a baterem cabeça:
1º - Pais Pequenos seguindo a ordem que foram coroados na casa
2º - Iawôs mulheres e Iabá seguindo a ordem que foram coroadas na casa
3º - Iawôs homens e Ogãns seguindo a ordem que foram coroados na casa
4º - Sambas mulheres
5º - Sambas Homens e Atabaquistas
6º - Pais e Mães Zeladores e visitantes
7º - Pai/ Mãe da Casa
Com quem bater cabeça:
Alguns terreiros, devido ao número de filhos na casa, fazem o ritual de bater cabeça com mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Isso não é errado, contanto que algumas regras sejam seguidas. Especialmente respeitando-se o espaço da esteira e lembrando que pelo menos uma mão de cada médium deve estar encostando no ponto da casa gravado no pano da esteira enquanto batem cabeça.
Para bater cabeça juntas as pessoas precisam:
- Ser do mesmo sexo (no caso de mulheres, nunca misturar uma que já tenha menstruado com uma que ainda não tenha)
- Não estar grávida (nesse caso se bate sozinha)
- Ter o mesmo nível hierárquico na religião (independente de cargo)
- Não ter nenhum vínculo de sangue

- Não ter nem ter tido nenhum vínculo amoroso 

** Pedaços desse texto foram tirados de fontes diversas da Internet, visto que o conteúdo é completo. Caso seja o autor e queira que retiremos, favor entrar em contato
Axé para todos