Uma questão muito questionada por médiuns no decorrer de seu
desenvolvimento é a forma na qual se acende velas, a periodicidade em que devem
ser afirmadas, e quais as ocasiões e linhas específicas que se deve ou não
afirmar velas.
Primeiramente é fundamental ter em mente que afirmar velas
não é simplesmente acender o pavio e achar que tudo estará resolvido. Da mesma
forma, é preciso saber que a importância e fundamento básico que torna essa
ação necessária, é o fato que sem luz nossos guias não enxergam o caminho que
devem nos conduzir.
Logo, já podemos entender que acender velas é o básico
necessário para fortalecer um médium. Sem isso, as outras coisas que se
pratique ou ofereça provavelmente nem serão vistas pelas entidades e guias de
luz.
Mas é preciso também ter consciência de que tudo em excesso
e exagero, falando de Umbanda, pode causar um efeito indesejado.
Para exemplificar isso, imagine você dentro de um quarto
escuro precisando encontrar uma porta para sair. De repente uma luz se acende,
possibilitando que você enxergue o caminho da porta. Na seguida várias outras
luzes se acendem no mesmo quarto, luzes tão fortes que causam um clarão em seus
olhos tão impossível de enxergar quanto a escuridão. Novamente você se vê perdido
sem saber o caminho da porta.
Por isso é importante criar uma periodicidade para afirmar
nossas velas. Não pode faltar, mas se exagerar, não vai nos ajudar da mesma
maneira.
Cada terreiro pode seguir determinadas regras para afirmar
velas. O que vamos exemplificar aqui é o que nossa casa segue. Fundamento que
foi passado pelos guias e dirigentes que formaram os dirigentes da nossa casa.
Primeiramente, caso não se tenha um altar preparado (cruzado
por um pai ou mãe de santo) em casa para afirmar as velas, é necessário
utilizar um prato raso branco (preferencialmente sem estampas) para colocar as
velas dentro.
Vamos afirmar as velas dos pais de cabeça. Umbanda
geralmente reconhece e cultua o casal que rege a cabeça e a frente do médium e
o que fica na retaguarda, conhecido como Ajuntó.
Seguindo a posição da figura abaixo, o importante a se saber
é que a vela que fica à sua frente do lado direito deve ser a do pai de cabeça
em caso de homem, e da mãe de cabeça em caso de mulher.
Devem ser afirmadas iniciando pela branca de Oxalá, seguida
pela que estará de frente do lado direito.
*A imagem acima demonstra a afirmação de um homem. No caso
de mulher, somente se altera a posição, onde a mãe de cabeça ficaria no lugar
da vela verde e os ajuntós também seriam invertidos da mesma maneira. Portanto
se fosse uma mulher, as duas velas do lado direito seriam a Azul Escura e
Vermelha.
A utilização correta das cores também é muito importante.
Especialmente para ajudar na mentalização da entidade/orixá que se afirma.
Estando em desenvolvimento, não há necessidade do médium
acender velas para outros guias que não sejam seus pais de cabeça. Nem mesmo
para entidades.
Isso somente será feito caso um guia chefe o oriente, do
contrário o melhor é esperar a hora certa para não acender de forma errada e
acabar se prejudicando.
Especialmente para a linha da Esquerda e Malandros, que
quando for permitido é preciso também ter o cuidado minucioso de não afirmar
dentro de casa.
A periodicidade mínima para afirmar as velas é de 15 em 15
dias.
Cores de Vela X Linhas que Trabalhamos em nossa casa
Oxalá – Branca
Oxóssi – Verde
Oxum – Azul
Escuro
Ogum – Vermelho
Iemanjá – Azul
Claro
Xangô – Marrom
Iansã – Amarela
Nanã – Roxo
Obaluaê – Branco
Santa Sara (Egunitá)
– Laranja
Exu – Preta
Pomba Gira –
Vermelha e Preta
Pomba Gira Cigana –
Preta com a cor da cigana
Marinheiros –
Branca e Azul
Pretos Velhos –
Branca e Preta
Baianos – Amarela
e Preta
Boiadeiros –
Marrom
Sereia – Azul
Claro
Ciganos –
Coloridas
Cosmes Ibejis – Azul
Claro (meninos), Rosa (meninas)
Caboclos – Verde
Pagés – Verde e
Branco
Caluguinhas –
Preto
Erês – Cor da
Fruta que comem
Malandros –
Vermelha e Branca
Cangaceiros –
Laranja
Hindú – Amarela e
Branca