quinta-feira, 8 de novembro de 2012


Nossa Festa de Cosme Damião e Doun


Abaixo as fotos da nossa festa, graças ao esforço de todos foi uma festa maravilhosa, onde pudemos arrecadar e distribuir 350 sacolinhas de doces!





Muito obrigado a todos que se esforçaram para fazer esse dia ser tão lindo e especial.








Agradecemos aos Ibejis por essa festa maravilhosa! 


Os cosmes ou Ibejis, são espíritos de crianças de até 7 anos que vem no terreiro para irradiar alegria, reviver a inocência e pureza da nossa infância. Mostrar pra nós que podemos ser eternas crianças, brincando cantando e nos divertindo sem medo de repressão ou se está certo ou errado.

Por serem a linha da inocência, são considerados os mais fortes. Com uma bala podemos entrar em qualquer lugar, diferente de uma garrafa de pinga ou de champanhe. 
As vezes por serem crianças, e brincarem muito, não são levados a serio pelos consulentes, mas o que as pessoas não entendem é que essa é a forma que eles trabalham. Basta prestar atenção e verá a diferença do seu estado de espírito antes e depois que deus umas boas risadas com as travessuras de um Ibeji. 
É uma energização que pode ser considerada até um "descarrego" o que eles fazem ao nos alegrarem. 




Oferendas para Cosme: 


  • Todo tipo de doces, em especial o que nós mesmos mais gostamos
  • Guaraná
  • Brinquedos simples
  • Chupetas
  • Panos Rosa e Azul bebê. 




Oração de Cosme Damião e Doum: 

Cosme e Damião, luzeiros espíritos da corte de Oxalá, amados benfeitores, queridos guias, nós vos imploramos a vossa proteção, força, saúde e resignação para que possamos cumprir com os desígnios de Pai. Dai-nos sempre os fluidos de paz, amor alegria e felicidade que vos são peculiares. Curai nossos males, fortalecendo nossos corpos materiais, proporcionando aos nossos espíritos as satisfações que lhes sejam agradáveis. Protegei-nos e a nossos familiares; protegei também, todas as criancinhas, para que tenham, a cada dia, uma vida melhor, sob o prisma material. Que vossos fluidos sacrossantos, recaiam sobre nossas cabeças, é o pedido que humildemente vos fazemos.
Saravá Cosme e Damião! Saravá toda Ibejada !
Que assim seja!




quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Obaluaê

O Deus da Vida e da Morte, da cura, continuidade e existência



O Pai que mais defende seus filhos da ameaça de inimigos

Obaluaê ou Omulu como é conhecido em sua forma mais velha, é o Orixá que controla as doenças, aquele que deve ser procurado para se controlar as epidemias e doenças inexplicáveis. 
 Obaluaê é um deus do Daomé, diferente dos Orixás Iorubas que são alegres, próximos e se assemelham a humanos. A aproximação desse Orixá geralmente causa temor. Omulu castiga quem maltrata seus filhos de santo, ou desrespeita sua divindade com doenças e até morte. Não cobre seu rosto apenas pela deformação de suas chagas, mas por causa do respeito que devemos ter mediante a sua figura. 
Entretanto Obaluaê é um Orixá que pode ser um pai bondoso e fraternal para aqueles que se tornam merecedores através de gestos humildes, honestos e leais. 





Em sua história, Obaluaê foi gerado por Nanã, que ao não conseguir suportar ter que criar um filho coberto de chagas e com uma perna menor que a outra, o abandonou na areia do mar. Ao ver a criança que foi deixada por Nanã na porta de seu reino, Iemanjá tomou o menino e o criou como filho, cuidando de suas chagas e cobrindo lhe com palha. 
 Iemanjá foi uma mãe tão carinhosa e atenciosa para Obaluaê como foi para Xangô, Ogum e Oxóssi. Entretanto ele já tinha um dom especial para a cura quando feliz, e também o dom de gerar doenças e epidemias malignas como a malária que devastavam povos inteiros. 
 Quando Obaluaê atingiu a idade adulta, Iemanjá resolveu unir o filho à sua mãe biológica Nanã. Já que a mágoa de ter sido abandonado, e a vergonha de não poder se mostrar por ter o corpo coberto de chagas, o fazia despejar desgraças sobre a terra. 
 Ao perdoar Nanã que se arrependia muito de ter abandonado seu filho à sorte, Obaluaê tornou-se um Orixá mais compreensível e encontrou um reino onde mesmo temendo sua presença, foi reverenciado. Assim recebeu um palácio onde se firmou. 
 Iansã era uma mulher muito curiosa, de todos queria noticias e tudo queria saber. Apenas um segredo havia que ela já fizera de tudo para descobrir e não conseguira. Era o fato de Obaluaiê andar coberto de palha, apenas se viam seus braços e pernas e nunca ninguém vira seu rosto. Iansã perguntava a todos o porquê disso e sempre lhe diziam que como tinha o corpo e o rosto coberto de chagas, ele não gostaria de mostrar ao mundo a sina que o acompanhava. Essas explicações vindas de todos os lados a deixavam mais curiosa ainda. Passou a perseguir Obaluaiê obsessivamente, aonde ele ia, disfarçadamente ia atrás. Um dia quando estava quase desistindo, sentia-se cansada o rapaz andava muito, sentou-se aos pés de uma grande árvore e adormeceu. Acordou com o ruído do farfalhar de palhas que sempre acompanhava seu perseguido que estava molhando os pés num pequeno riacho muito perto dela e não a tinha percebido. Era a hora! Finalmente descobriria o que há meses a torturava. Ergueu as mãos para o céu e chamou pelos ventos que sempre a auxiliavam. Eles vieram e numa lufada forte envolveram Obaluaiê, que despreparado, não pode impedir que a palha se levantasse deixando seu corpo exposto. Mas no mesmo momento o vento fez com que as feridas que cobriam o corpo de Obaluaê virassem pipocas que se espalharam pela terra trazendo cura para todas as doenças. Qual a surpresa de Iansã ao ver que debaixo da vestimenta não havia uma só chaga, mas sim uma beleza radiosa, todo o corpo do rapaz brilhava numa cor de cobre que o sol acentuava. O que ele escondia não era a vergonha de um corpo disforme e sim a beleza infinda que a todos faria inveja. Desse dia em diante Iansã não mais perseguiu Obaluaiê, mas sempre que o encontrava suspirava pela beleza que nunca mais esqueceu.
Depois de um tempo Obaluaê se casou com Ewá.





Os filhos de Obaluaê são pessoas incapazes de se sentirem satisfeitas quando a vida corre tranqüila para elas. Chegam a atingir riquezas materiais e rejeita-las por escrúpulos imaginários. A marca mais forte do filhos de Obaluaê não é a exibição do sofrimento, mas a sabedoria para conviver com ele. Costumam se punir muito, transformando traumas psicológicos em doenças físicas reais. Dotados de rígidos conceitos morais que os afastam dos outros filhos de santo. Costumam encarar os tropeços da vida, as decepções e principalmente as doenças como uma punição por algo que de certa forma são devedores.



Características dos filhos de Obaluaê:



  • Fechados
  • Inteligentes
  • Inconformistas
  • Auto Punitivos 
  • Persistentes
  • Esforçados
  • Discretos
  • Inseguros
  • Serios




Oferendas para Obaluaê:

  • Pipoca
  • Azeite de Dendê
  • Água Mineral
  • Bolo de milho envolvido em folha de bananeira
  • Pão de trigo
  • Vinho Tinto
  • Café
  • Cuscuz de milho
  • Feijão preto

*As oferendas de Obaluaê devem ser entregues de preferência em um balaio de palha ou uma tigela de louça branca. O local apropriado para entregar as oferendas para esse Orixá é sempre em cruzeiros e cemitérios. 








No sincretismo Obaluaê é São Lazaro, que também sofreu com feridas espalhadas no corpo e teve estas tratadas por cachorros. Motivo também pelo qual Obaluaê não é só comemorado no dia 16 de Agosto, mas também no dia 17 de Dezembro.


 






A diferença entre Obaluaê e Omulu é apenas a idade astral do Orixá. São dois tipos do mesmo orixá que na verdade se chama Xapanã.
Porém esse nome não deve ser mencionado nem muito menos chamado, pois atrai a desgraça em toda sua plenitude, pois nos tira do respeito e devoção ao Orixá (como foi falado no início da postagem).





Obaluaê é o dono da Terra. Onde houver terra firme, Obaluaê já pisou. Ele é o último que cela as covas  dos desencarnados, pisando na terra para que a torne firme e esteja pronta para se fortificar da matéria que vai se decompor.




  • As Velas de Obaluaê são Preto e Branco (cruzada)
  • A saudação para Obaluaê tanto na Umbanda quanto no Candomblé é "Atotô" 
  • Seu dia da semana é a Segunda Feira
  • Seu Elemento é a Terra
  • Seu metal é o chumbo
  • Sua Flor é o Monsenhor Branco
  • Suas ervas são: Agoniada; Alamanda; Alfazema; Babosa; Cipó Chumbo; Cebola do mato; Hortelã brava
  • Seu símbolo é a Cruz
  • Seu adorno é o Xarará



Na Umbanda Obaluaê é cultuado e louvado, mas não são todos os terreiros que batizam o médium com esse Orixá sendo Pai de Cabeça. Isso acontece por dois motivos: o primeiro é que como na Umbanda não se faz as oferendas da mesma forma que o Candomblé faz (rituais que por respeito e consideração não mencionaremos aqui), e se tratar de um Orixá muito exigente nas suas obrigações. O segundo motivo é que como não há incorporação de Oxalá na Umbanda, colocamos a força sagrada de Obaluaê para representar e trabalhar quando precisamos chamar diretamente por Oxalá ("Valei me essa corrente de força o nosso Pai Oxalá, é na linha de Umbanda que Omulu vamos saravá!"). 
Na Umbanda todos podem incorporar o Orixá que virá dependendo do médium, como Omulú ou como  Obaluaê. Ele vem dançando e tampando o seu rosto até que este seja coberto por um pano branco ou palha que é o mais apropriado. 


Abaixo um vídeo para ilustrar a história de Obaluaê e em seguida uma oração para se invocar as forças do orixá. Alertando que esta deve apenas ser feita em momentos em que as esperanças estejam sumindo, ou seja "quando a coisa estiver braba!"





Atotô Obaluaê!

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Festa de Aniversário de 1 ano da casa 2012

Segue algumas fotos da nossa festa que foi linda!

Obrigado ao empenho de todos!



A Cesta das Lembrancinhas que distribuímos (foram ervas para banho com uma mensagem enrolada)


Os Atabaques


Bolo Lindo feito com muito carinho por filhas da casa!




Agradeço novamente a todos que direta e indiretamente fizeram parte desse dia!


Muita paz e muita luz pra todos vocês


Pai Everton D'Oxossi


quinta-feira, 26 de julho de 2012

Nanã Buruquê

O Orixá que nos leva ao nosso lugar de merecimento




Orixá firme e sábio, benevolente e cheio de dignidade.

Nanã é a deusa que deve ser procurada principalmente quando alguém morre ou está perto de morrer. Em sua "Marola" ela navega com o desencarnado para o lugar que devido aos seus atos na vida, lhe foi determinado por Oxalá. Ela conforta também os corações dos que ficam, fazendo com que a dor da partida seja bem menor.
O orixá mais velho do céu com força e experiência insuperáveis.
Ela é responsável pela reencarnação, cuida do corpo dos mortos e recria a vida como uma peça de argila.




Em sua lenda no inicio dos tempos os pântanos cobriam quase toda a terra. Faziam parte do reino de Nanã Buruquê e ela tomava conta de tudo como boa soberana que era. Quando todos os reinos foram divididos por Olorun e entregues aos orixás uns passaram a adentrar nos domínios dos outros e muitas discórdias passaram a ocorrer. E foi dessa época que surgiu esta lenda. Ogum precisava chegar ao outro lado de um grande pântano, lá havia uma séria confusão ocorrendo e sua presença era solicitada com urgência. Resolveu então atravessar o lodaçal para não perder tempo. Ao começar a travessia que seria longa e penosa ouviu atrás de si uma voz autoritária: - Volte já para o seu caminho rapaz! - Era Nanã com sua majestosa figura matriarcal que não admitia contrariedades - Para passar por aqui tem que pedir licença! - Como pedir licença? Sou um guerreiro, preciso chegar ao outro lado urgente. Há um povo inteiro que precisa de mim. -Não me interessa o que você é e sua urgência não me diz respeito. Ou pede licença ou não passa. Aprenda a ter consciência do que é respeito ao alheio. Ogum riu com escárnio: - O que uma velha pode fazer contra alguém jovem e forte como eu? Irei passar e nada me impedirá! Nanã imediatamente deu ordem para que a lama tragasse Ogum para impedir seu avanço.
O barro agitou-se e de repente começou a se transformar em grande redemoinho de água e lama. Ogum teve muita dificuldade para se livrar da força imensa que o sugava. Todos seus músculos retesavam-se com a violência do embate. Foram longos minutos de uma luta sufocante. Conseguiu sair, no entanto, não conseguiu avançar e sim voltar para a margem. De lá gritou: -Velha feiticeira, você é forte não nego, porém também tenho poderes. Encherei esse barro que chamas de reino com metais pontiagudos e nem você conseguirá atravessa-lo sem que suas carnes sejam totalmente dilaceradas. E assim fez. O enorme pântano transformou-se em uma floresta de facas e espadas que não permitiriam a passagem de mais ninguém. Desse dia em diante Nanã aboliu de suas terras o uso de metais de qualquer espécie. Ficou furiosa por perder parte de seu domínio, mas intimamente orgulhava-se de seu trunfo: - Ogum não passou!
Nanã era esposa de Oxalá, mas teve que aprender a dividir o seu amor com Iemanjá que também o amava e conseguia atraí-lo para suas ondas ao encontro das areias brancas. 
Sua amizade e parceria com Iemanjá foi tamanha que ao abandonar Obaluaê, Nanã só confiou de largá-lo na praia pois sabia que Iemanjá iria cuidar. E mais tarde ela ainda foi responsável pela conciliação de Nanã e Obaluaê como mãe e filho.


Os filhos de Nanã são extremamente compreensivos e procuram se colocar no lugar dos outros e têm uma capacidade de perdoar maior que os filhos de outros Orixás, por que eles guardam o rancor, mas quando perdoam esquecem completamente o que se passou e começam uma história nova. Apesar disso, não têm muito apego maternal. Os filhos de Nanã, até amam seus filhos, mas conseguem viver sem eles se precisarem seguir outro caminho.
Podem apresentar precocemente problemas de idade, como tendência a viver no passado, de recordações, apresentar infecções reumáticas e problemas nas articulações em geral.
Não são pessoas muito abertas, os filhos de Nanã geralmente sofrem calados, mas quando resolvem abrir falam tudo e mais um pouco. Procuram escolher uma determinada pessoa para se abrir e falar de si.
Os filhos de Nanã parecem ter a eternidade em sua frente para terminarem seus afazeres. 


Características dos filhos de Nanã


  • Compreensivos
  • Leais
  • Lentas no cumprimento de suas tarefas
  • Ranzinzas
  • Frágeis
  • Determinados
  • Protecionistas
  • Fechados
  • Vingativos



Oferendas para Nanã


  • Pano ou toalha Roxo ou lilás
  • Fita roxa
  • Flores 
  • Frutas
  • Beterraba
  • Vinho Tinto
  • Licor de Framboesa 
  • Arroz com repolho roxo

*As oferendas de Nanã são entregues em pântanos como na imagem acima, ou na margem de rios.





Nanã foi sincretizada como Santa Ana, a mãe de Maria, justamente por ser uma santa idosa e por ser associada à cor roxa também. 
Por esse motivo o dia de Nanã fica sendo 26 de Julho  





  • As velas de Nanã são roxas
  • A saudação para Nanã é: "Saluba Nanã" tanto na Umbanda quanto no Candomblé
  • Seu dia da semana é terça feira
  • Seu elemento é a Lama
  • Nanã é quizilada com metais
  • Suas flores são as do campo e os crizantemos 
  • O ponto da natureza que encontramos Nanã são nas beiras dos rios e nos pântanos
  • Suas pedras são: Rubelita, ametista
  • Sua irradiação e essência é a Evolução
  • Suas ervas são: Manacá; Agapanto; Altéia; Cedrinho; Cipestre; Gervão; Quitoco; Quaresmeira
  • Seu adorno é o Xarará


Na Umbanda  assim como no Candomblé, somente incorporam o Orixá Nanã os médiuns que a têm em sua coroa como mãe de cabeça ou Ajuntó. Nanã vem tanto dançando, quanto encolhida e rasteijando como uma senhora de muita idade. Com seu Xarará, Nanã absorve todas as angustias e medos das pessoas que a ela recorrem.





Abaixo, um vídeo da Lenda de Nanã para ilustrar mais a explicação:





Saluba Nanã


sexta-feira, 29 de junho de 2012

Iemanjá

A Deusa da Geração, aquela que trás o novo.



Orixá doce, corajoso, acolhedor e de encantos inesgotáveis.

Iemanjá é a rainha do Mar, a deusa a quem os pescadores têm devoção, e aquela que todos podem recorrer nas horas de tristeza, de dor e medo.


 A história de Iemanjá diz que quando ela decidiu ir viver longe dos cuidados de seu pai, ele a deixou com um pote e a instruiu a quebrar este no chão quando decidisse voltar ao reino do mar.
 Iemanjá teve muitos filhos, e por muito ter amamentado seus seios ficaram enormes. Quando ficou cansada de viver em Ifé com Olokun seu primeiro marido, ela fugiu em direção ao entardecer da terra que seria o Oeste. Chegando lá, por ser muito linda, Iemanjá encantou o rei Okere que a propôs em casamento.
 Ela só aceitou na condição dele nunca zombar de seus seios enormes, e muito apaixonado ele jurou que nunca faria tamanha crueldade.
 Um dia Okere chegou em casa bêbado de Vinho de Palma, um vinho que estimula as pessoas a falarem somente a verdade e o que pensam. Esbarrou em Iemanjá que o xingou de porco bêbado. Ele reagiu falando:
"-Quem é o porco aqui? Não são os meus peitos que se assemelham a tetas de vaca"
 Ofendida, Iemanjá fugiu abandonando Okere sem pensar no que poderia acontecer.
  Nesta fuga Iemanjá foi perseguida pelo exercito do Rei Okere. Indefeza, porém com uma inteligência sem igual, Iemanjá colocou vários espelhos em sua volta e ficou no meio esperando os soldados, como se fosse enfrentá-los.
 Ao verem suas imagens nos espelhos os soldados recuaram dizendo:
"- Iemanjá está acompanhada e protegida por soldados terríveis, vamos sair daqui enquanto ainda há tempo!"
 Furioso com o ocorrido Okere resolveu ir ele mesmo ao encontro de Iemanjá para levá-la de volta ao seu reino. Ao se encontrar com ela Okere bloqueou seu caminho transformando- se em uma colina que se movia de acordo com a direção que Iemanjá resolvesse tomar.
 Sem muita opção Iemanjá resolveu clamar ajuda a um de seus filhos mais poderosos: Xangô.
 Tentando fugir Iemanjá tropeçou e partiu um de seus seios. Deste jorrava uma água que parecia infinita. Xangô viu a cena e furioso com tamanha injustiça lançou um raio que partiu Okere transformado  colina  em dois.
 Ao ver o ato do filho, para evitar um desastre maior, Iemanjá resolveu quebrar o pote dado por seu pai.
 Quando o fez, as águas que saíam dos seios de Iemanjá se tornaram salgadas ao se misturar com suas lágrimas, podendo assim integrar-se ao mar onde ela reencontrou seu pai.
 Já no reino do mar, Iemanjá viu Nanã Buruquê abandonando um cesto na praia. Foi ver o que tinha no cesto e viu um bebê chorando, coberto por chagas no corpo todo.
 Ela entendeu o motivo pelo qual Nanã havia abandonado a criança e resolveu cuidar como se fosse seu filho.
 Essa criança tornou-se Obaluaê, o Orixá que trás a morte e a cura.
 O único homem que Iemanjá não abandonou por não o ter de fato foi Oxalá, que dividia seu coração entre ela e Nanã.




Os filhos de Iemanjá são pessoas que têm o dom de acolher quem precisa. Filhas de Iemanjá geralmente são mães exemplares, mas não deixam sua independência de lado. Ensinam os filhos os perigos e prazeres de se viver para que eles possam estar aptos a enfrentar a vida e nunca ser derrotados, para que caso precisem se ausentar ou deixar que eles vão para longe, não precise sofrer de preocupações pois estarão bem encaminhados.
São também conselheiros muito bons, sabem ver os dois lados da história antes de aconselhar alguém a tomar alguma atitude, por serem assim são naturalmente procurados para isso.
Filhos de Iemanjá tem uma tendência de tentar concertar a vida dos que o cercam. E gostam de testar as pessoas
Vestem se com muito capricho. Capricho esse que tem um toque especial nos cabelos, pois é onde se concentra a maior força dos filhos de Iemanjá. Quanto mais bem arrumado é o cabelo de um filho de Iemanjá, mais irresistível ele será!


Características dos Filhos de Iemanjá:


  • Carinhosos
  • Vaidosos
  • Maternais
  • Verdadeiros
  • Ciumentos 
  • Desconfiados
  • Independentes
  • Carentes
  • Sedutores

Oferendas para Iemanjá:


  • Pano ou toalha azul claro
  • Fitas azul claro (escrever pedido)
  • Flores brancas
  • Champagne branco
  • Manjar
  • Peixes assados
  • Espelhos
  • Perfume
  • Pentes
  • Sabonetes brancos (escrever pedido)
*Geralmente as oferendas são entregues ao mar dentro de um barquinho. Devemos sempre nos ater a não exagerar, pois estaremos colocando coisas que não pertencem ao mar no reino de Iemanjá que é habitado por animais que podem comer e se envenenar com algumas coisas. Portanto por uma questão de respeito à natureza, encha seu barquinho com consciência. 


Iemanjá foi o único Orixá que não permaneceu no sincretismo. Apesar de ter sido relacionada à Nossa Senhora dos Navegantes, a santa ganhou seu espaço no Brasil de tal forma que sua imagem tornou- se soberana (não que a dos outros não seja), fazendo com que onde se for Iemanjá seja Iemanjá mesmo. 



Iemanjá é celebrada em dois dias diferentes do ano: Dia 2 de fevereiro para o Candomblé e dia 8 de dezembro para a Umbanda. Sua festa na Umbanda costuma "fechar" os trabalhos do ano dos terreiros, onde só voltam para a festa de Oxossi em Janeiro.
 É uma celebração muito bonita e cheia de força, tanto a que é feita no candomblé quanto a da umbanda.

Ao fim da festa, quando Iemanjá baixa no terreiro, os filhos acompanham a santa até a beira do mar onde pessoas designadas para fazer isso entram no mar e colocam o barco com as oferendas feitas para a santa. Conta a lenda que o barco precisa tombar de ponta cabeça ou não voltar na primeira onda pra que se entenda que Iemanjá aceitou a oferenda.


Após entregue o ritual termina com a Sereia Janaína se manifestando na radiação de Iemanjá e levando todos os tipos de mágoas que possam estar na cabeça/coração do médium para as ondas do mar . Isso acontece quando Janaína lava seus cabelos. Ao lavar os cabelos a sereia está descarregando o filho(a) e qualquer um que esteja precisando se desprender de alguma mágoa para que Iemanjá possa trazer o "novo" da melhor forma possível.



  • As velas de Iemanjá são Azul Claro, assim como suas guias e roupas na Umbanda
  • Sua saldação na Umbanda é Odocyara e Odoyá no Candomblé
  • Seu dia da semana é a Sexta Feira na Umbanda e o Sábado no Candomblé
  • Seu elemento é o Mar
  • Seu metal é a Prata
  • Suas flores são as Palmas e as Rosas Brancas
  • Suas Ervas são Alfazema; Anis Estrelado; Camomila Flor; Manjericão; Erva de Santa Maria; Mentruz; Noz Moscada; Erva de Bicho
  • Seu símbolo é a concha
  • Seu sentido é a Geração
  • Sua atribuição é irradiar a todos os seres o sentido da vida


Na Umbanda, Iemanjá é incorporada por aqueles que a tem como mãe de cabeça ou ajuntó. A incorporação de Iemanjá é doce e serena assim como seu canto e seu caminhar. Ao sentir a radiação de Iemanjá, seus médiuns sentem- se empurrando as águas do mar com os pés e formando assim as ondas.

Iemanjá é hipnotizante, é o Orixá que mais consegue fazer as pessoas prestarem atenção em seus movimentos, esquecendo assim de todos os problemas. Para que com essa hipnose ela consiga levar todos os pensamentos ruins embora e abrir a mente das pessoas para que as coisas novas e boas possam ser geradas.


 
"Mãe de Deus Rainha das Candeias, que ilumina a terra e o mar.
 Mandai um pouquinho de areia, dai força aos nossos Orixás"




Odocyara!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Ogum


O Deus da Força, aquele que abre os caminhos


Orixá valente, imponente, másculo, poderoso e audaz.

Ogum é o senhor da valentia. O deus que olha por nós quando precisamos de força pra vencer inimigos, ultrapassar obstáculos difíceis, e se dar bem na vida e nos negócios.
Ogum tem consigo a valentia de guerreiro, sendo assim também protetor dos soldados de guerra que vão lutar pelo bem maior. 







Em sua história Ogum após ter perdido o amor de Iansã, virou um andarilho. Vivia de terra em terra desbravando e conquistando territórios. Um dia Ogum resolveu voltar ao reino de Ifá onde viviam seus filhos.
Chegou em um dia de preceito que ele mesmo havia determinado que as pessoas não falassem com ninguém, aconteça o que acontecer. 
Po estar há muito tempo fora, cansado e faminto, Ogum já chega ao reino exigindo que preparem-lhe um banho e comida. Porém ninguém se manifesta, todos continuam ajoelhados olhando para Ogum. 
O rei começa a sentir- se ignorado e esbraveja:
"- Que audácia é essa? Não vão falar com Ogum? Sou eu, seu rei quem vos ordena! Me dêem de comer e beber, preparem o banho de Ogum."
Mesmo assim todos permanecem quietos como as paredes, o que causa uma ira incontrolável em Ogum e o faz erguer sua espada de força.
"- Vou avisar mais uma vez. Atendam meu pedido, ou vão sentir o peso da espada de Ogum"
Mas a ordem, que já soava como uma súplica novamente foi seguida de silêncio, o que fez Ogum começar a punir todos os súditos do Reino de Ifá decepando suas cabeças um a um.
Foi quando ao ver tamanha injustiça um de seus filhos se levantou e interceptou Ogum.
"- Meu pai, o que o senhor está fazendo? Esse povo está simplesmente obedecendo uma ordem do senhor!"
E o filho de Ogum o fez lembrar de que dia se tratava, e o que significaria quebrar o preceito do silêncio naquela data, lei que tinha sido ditada pelo próprio Ogum antes de sair de Ifá para desbravar e guerrear nos quatro cantos do mundo.
Acordando de sua ignorância, Ogum sentiu o gosto amargo de ter que admitir que fez a coisa errada. Percebeu que tanto tempo lidando somente com guerras e lutas incansáveis, o fez ficar cego para a parte que envolve sentimentos, bondade. 
Para reparar seu erro Ogum resolveu dar cabo da própria vida, já que no estado que se encontrava ele representava perigo e tinha se tornado uma figura na qual seus súditos ao invés de adorar, temiam.
Cravou sua espada no chão do Reino de Ifá, onde um buraco enorme se abriu. Pedindo perdão a todos que ofendeu e prometendo olhar por aqueles que precisassem da sua força para vencer qualquer dificuldade que encontrassem, Ogum se jogou no buraco que imediatamente se fechou. Tornando- se assim um Orixá.



Os filhos de Ogum são pessoas de personalidade muito forte, são pessoas batalhadoras que não medem esforços para atingir seus objetivos, são aqueles que mesmo contrariando a lógica lutam insistentemente até vencer. E vencem!
São pessoas que não se prendem à riqueza, ganham hoje e gastam amanhã. Agem assim por que confiam no seu potencial e sabem que sempre vão conseguir proventos suficientes para se manter. Mas o que eles gostam mesmo é do poder. São líderes natos, e devido a necessidade de estar sempre a frente, podem se tornar pessoas egoístas e desagradáveis. Mas isso não é uma regra.
 Geralmente os filhos de Ogum são pessoas que falam e riem alto para que todos se divirtam com suas histórias, e que adoram compartilhar sua felicidade. O que causa inveja em algumas pessoas mal intencionadas. Por isso Ogum é um dos primeiros Orixás chamados nos trabalhos de inveja, por ser o que mais sofre com isso ele é o que mais sabe combater.


As Características dos filhos de Ogum são:


  • Impulsivos
  • Fiéis
  • Batalhadores
  • Líderes
  • Objetivos
  • Teimosos
  • Competitivos
  • Rudes

As Oferendas para Ogum são:



  • Pano ou toalha vermelha
  • Cará 
  • Inhame
  • Farofa amarela
  • Palitos de churrasco (para serem espetados no cará representando lanças) 
  • Fitas vermelhas
  • Flores (cravo e palmas vermelhas)
  • Cerveja Branca
  • Licor de Gengibre
* A oferenda para Ogum pode ser entregue em diversos lugares, tudo depende de onde o Ogum é. Mas geralmente são entregues em estradas devido a ele ser o "Abridor de Caminhos" 



No sincretismo religioso, Ogum é São Jorge, por ter tido história de vida semelhante ao Orixá. São Jorge também lutou por quem precisou seguindo seus ideais. 
Devido a isso o dia que Ogum é festejado é 23 de Abril, dia de São Jorge Guerreiro.





As qualidades de Ogum são:


  • Ogum Iara 
  • Ogum Beira Mar
  • Ogum Sete Ondas
  • Ogum Megê
  • Ogum de Lei
  • Ogum de Ronda
  • Ogum Xoroquê 
  • Ogum Guarda Pedreira
  • Ogum Rompe Mato




  • As velas de Ogum são vermelhas, assim como suas guias na Umbanda
  • A saldação para Ogum na Umbanda é Ogunhê Meu Pai e Patacuri Ogum no Candomblé
  • Seu dia da semana é a Terça Feira
  • Seu elemento é a Lua
  • Seu metal é o Ferro
  • Suas flores são os cravos vermelhos e palmas também vermelhas
  • Seu mineral é o rubi
  • Suas ervas são: Espada de São Jorge; Açoita Cavalo; folhas de Romã; Erva de Coelho; Macaé; Jurubeba
  • Seu símbolo é a espada
  • Seus adornos são Espada, Escudo, Capacete e Capa




Na Umbanda Ogum tem a cor vermelha para simbolizar a força, e no Candomblé é azul devido a masculinidade. 
Todos os médiuns de incorporação estão aptos a receber Ogum. Tanto homens quanto mulheres, filhos ou não do Santo.
Ogum geralmente vem cruzando com seus braços suas armas (espada e escudo, ou duas espadas dependendo da qualidade do Ogum) e batendo-as em seu peito como sinal de imponência e desafio. Assim como os soldados batiam antigamente quando estavam prestes a iniciar as batalhas de guerra. Seu urro representa também desafiar seus inimigos na guerra.
"Bato no meu peito e chamo você para mostrar quem pode mais!" 




Abaixo uma oração bem conhecida de São Jorge e um vídeo para ilustrar o entendimento de vocês sobre essa postagem!










Ogunhê Meu Pai!