sexta-feira, 29 de junho de 2012

Iemanjá

A Deusa da Geração, aquela que trás o novo.



Orixá doce, corajoso, acolhedor e de encantos inesgotáveis.

Iemanjá é a rainha do Mar, a deusa a quem os pescadores têm devoção, e aquela que todos podem recorrer nas horas de tristeza, de dor e medo.


 A história de Iemanjá diz que quando ela decidiu ir viver longe dos cuidados de seu pai, ele a deixou com um pote e a instruiu a quebrar este no chão quando decidisse voltar ao reino do mar.
 Iemanjá teve muitos filhos, e por muito ter amamentado seus seios ficaram enormes. Quando ficou cansada de viver em Ifé com Olokun seu primeiro marido, ela fugiu em direção ao entardecer da terra que seria o Oeste. Chegando lá, por ser muito linda, Iemanjá encantou o rei Okere que a propôs em casamento.
 Ela só aceitou na condição dele nunca zombar de seus seios enormes, e muito apaixonado ele jurou que nunca faria tamanha crueldade.
 Um dia Okere chegou em casa bêbado de Vinho de Palma, um vinho que estimula as pessoas a falarem somente a verdade e o que pensam. Esbarrou em Iemanjá que o xingou de porco bêbado. Ele reagiu falando:
"-Quem é o porco aqui? Não são os meus peitos que se assemelham a tetas de vaca"
 Ofendida, Iemanjá fugiu abandonando Okere sem pensar no que poderia acontecer.
  Nesta fuga Iemanjá foi perseguida pelo exercito do Rei Okere. Indefeza, porém com uma inteligência sem igual, Iemanjá colocou vários espelhos em sua volta e ficou no meio esperando os soldados, como se fosse enfrentá-los.
 Ao verem suas imagens nos espelhos os soldados recuaram dizendo:
"- Iemanjá está acompanhada e protegida por soldados terríveis, vamos sair daqui enquanto ainda há tempo!"
 Furioso com o ocorrido Okere resolveu ir ele mesmo ao encontro de Iemanjá para levá-la de volta ao seu reino. Ao se encontrar com ela Okere bloqueou seu caminho transformando- se em uma colina que se movia de acordo com a direção que Iemanjá resolvesse tomar.
 Sem muita opção Iemanjá resolveu clamar ajuda a um de seus filhos mais poderosos: Xangô.
 Tentando fugir Iemanjá tropeçou e partiu um de seus seios. Deste jorrava uma água que parecia infinita. Xangô viu a cena e furioso com tamanha injustiça lançou um raio que partiu Okere transformado  colina  em dois.
 Ao ver o ato do filho, para evitar um desastre maior, Iemanjá resolveu quebrar o pote dado por seu pai.
 Quando o fez, as águas que saíam dos seios de Iemanjá se tornaram salgadas ao se misturar com suas lágrimas, podendo assim integrar-se ao mar onde ela reencontrou seu pai.
 Já no reino do mar, Iemanjá viu Nanã Buruquê abandonando um cesto na praia. Foi ver o que tinha no cesto e viu um bebê chorando, coberto por chagas no corpo todo.
 Ela entendeu o motivo pelo qual Nanã havia abandonado a criança e resolveu cuidar como se fosse seu filho.
 Essa criança tornou-se Obaluaê, o Orixá que trás a morte e a cura.
 O único homem que Iemanjá não abandonou por não o ter de fato foi Oxalá, que dividia seu coração entre ela e Nanã.




Os filhos de Iemanjá são pessoas que têm o dom de acolher quem precisa. Filhas de Iemanjá geralmente são mães exemplares, mas não deixam sua independência de lado. Ensinam os filhos os perigos e prazeres de se viver para que eles possam estar aptos a enfrentar a vida e nunca ser derrotados, para que caso precisem se ausentar ou deixar que eles vão para longe, não precise sofrer de preocupações pois estarão bem encaminhados.
São também conselheiros muito bons, sabem ver os dois lados da história antes de aconselhar alguém a tomar alguma atitude, por serem assim são naturalmente procurados para isso.
Filhos de Iemanjá tem uma tendência de tentar concertar a vida dos que o cercam. E gostam de testar as pessoas
Vestem se com muito capricho. Capricho esse que tem um toque especial nos cabelos, pois é onde se concentra a maior força dos filhos de Iemanjá. Quanto mais bem arrumado é o cabelo de um filho de Iemanjá, mais irresistível ele será!


Características dos Filhos de Iemanjá:


  • Carinhosos
  • Vaidosos
  • Maternais
  • Verdadeiros
  • Ciumentos 
  • Desconfiados
  • Independentes
  • Carentes
  • Sedutores

Oferendas para Iemanjá:


  • Pano ou toalha azul claro
  • Fitas azul claro (escrever pedido)
  • Flores brancas
  • Champagne branco
  • Manjar
  • Peixes assados
  • Espelhos
  • Perfume
  • Pentes
  • Sabonetes brancos (escrever pedido)
*Geralmente as oferendas são entregues ao mar dentro de um barquinho. Devemos sempre nos ater a não exagerar, pois estaremos colocando coisas que não pertencem ao mar no reino de Iemanjá que é habitado por animais que podem comer e se envenenar com algumas coisas. Portanto por uma questão de respeito à natureza, encha seu barquinho com consciência. 


Iemanjá foi o único Orixá que não permaneceu no sincretismo. Apesar de ter sido relacionada à Nossa Senhora dos Navegantes, a santa ganhou seu espaço no Brasil de tal forma que sua imagem tornou- se soberana (não que a dos outros não seja), fazendo com que onde se for Iemanjá seja Iemanjá mesmo. 



Iemanjá é celebrada em dois dias diferentes do ano: Dia 2 de fevereiro para o Candomblé e dia 8 de dezembro para a Umbanda. Sua festa na Umbanda costuma "fechar" os trabalhos do ano dos terreiros, onde só voltam para a festa de Oxossi em Janeiro.
 É uma celebração muito bonita e cheia de força, tanto a que é feita no candomblé quanto a da umbanda.

Ao fim da festa, quando Iemanjá baixa no terreiro, os filhos acompanham a santa até a beira do mar onde pessoas designadas para fazer isso entram no mar e colocam o barco com as oferendas feitas para a santa. Conta a lenda que o barco precisa tombar de ponta cabeça ou não voltar na primeira onda pra que se entenda que Iemanjá aceitou a oferenda.


Após entregue o ritual termina com a Sereia Janaína se manifestando na radiação de Iemanjá e levando todos os tipos de mágoas que possam estar na cabeça/coração do médium para as ondas do mar . Isso acontece quando Janaína lava seus cabelos. Ao lavar os cabelos a sereia está descarregando o filho(a) e qualquer um que esteja precisando se desprender de alguma mágoa para que Iemanjá possa trazer o "novo" da melhor forma possível.



  • As velas de Iemanjá são Azul Claro, assim como suas guias e roupas na Umbanda
  • Sua saldação na Umbanda é Odocyara e Odoyá no Candomblé
  • Seu dia da semana é a Sexta Feira na Umbanda e o Sábado no Candomblé
  • Seu elemento é o Mar
  • Seu metal é a Prata
  • Suas flores são as Palmas e as Rosas Brancas
  • Suas Ervas são Alfazema; Anis Estrelado; Camomila Flor; Manjericão; Erva de Santa Maria; Mentruz; Noz Moscada; Erva de Bicho
  • Seu símbolo é a concha
  • Seu sentido é a Geração
  • Sua atribuição é irradiar a todos os seres o sentido da vida


Na Umbanda, Iemanjá é incorporada por aqueles que a tem como mãe de cabeça ou ajuntó. A incorporação de Iemanjá é doce e serena assim como seu canto e seu caminhar. Ao sentir a radiação de Iemanjá, seus médiuns sentem- se empurrando as águas do mar com os pés e formando assim as ondas.

Iemanjá é hipnotizante, é o Orixá que mais consegue fazer as pessoas prestarem atenção em seus movimentos, esquecendo assim de todos os problemas. Para que com essa hipnose ela consiga levar todos os pensamentos ruins embora e abrir a mente das pessoas para que as coisas novas e boas possam ser geradas.


 
"Mãe de Deus Rainha das Candeias, que ilumina a terra e o mar.
 Mandai um pouquinho de areia, dai força aos nossos Orixás"




Odocyara!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Ogum


O Deus da Força, aquele que abre os caminhos


Orixá valente, imponente, másculo, poderoso e audaz.

Ogum é o senhor da valentia. O deus que olha por nós quando precisamos de força pra vencer inimigos, ultrapassar obstáculos difíceis, e se dar bem na vida e nos negócios.
Ogum tem consigo a valentia de guerreiro, sendo assim também protetor dos soldados de guerra que vão lutar pelo bem maior. 







Em sua história Ogum após ter perdido o amor de Iansã, virou um andarilho. Vivia de terra em terra desbravando e conquistando territórios. Um dia Ogum resolveu voltar ao reino de Ifá onde viviam seus filhos.
Chegou em um dia de preceito que ele mesmo havia determinado que as pessoas não falassem com ninguém, aconteça o que acontecer. 
Po estar há muito tempo fora, cansado e faminto, Ogum já chega ao reino exigindo que preparem-lhe um banho e comida. Porém ninguém se manifesta, todos continuam ajoelhados olhando para Ogum. 
O rei começa a sentir- se ignorado e esbraveja:
"- Que audácia é essa? Não vão falar com Ogum? Sou eu, seu rei quem vos ordena! Me dêem de comer e beber, preparem o banho de Ogum."
Mesmo assim todos permanecem quietos como as paredes, o que causa uma ira incontrolável em Ogum e o faz erguer sua espada de força.
"- Vou avisar mais uma vez. Atendam meu pedido, ou vão sentir o peso da espada de Ogum"
Mas a ordem, que já soava como uma súplica novamente foi seguida de silêncio, o que fez Ogum começar a punir todos os súditos do Reino de Ifá decepando suas cabeças um a um.
Foi quando ao ver tamanha injustiça um de seus filhos se levantou e interceptou Ogum.
"- Meu pai, o que o senhor está fazendo? Esse povo está simplesmente obedecendo uma ordem do senhor!"
E o filho de Ogum o fez lembrar de que dia se tratava, e o que significaria quebrar o preceito do silêncio naquela data, lei que tinha sido ditada pelo próprio Ogum antes de sair de Ifá para desbravar e guerrear nos quatro cantos do mundo.
Acordando de sua ignorância, Ogum sentiu o gosto amargo de ter que admitir que fez a coisa errada. Percebeu que tanto tempo lidando somente com guerras e lutas incansáveis, o fez ficar cego para a parte que envolve sentimentos, bondade. 
Para reparar seu erro Ogum resolveu dar cabo da própria vida, já que no estado que se encontrava ele representava perigo e tinha se tornado uma figura na qual seus súditos ao invés de adorar, temiam.
Cravou sua espada no chão do Reino de Ifá, onde um buraco enorme se abriu. Pedindo perdão a todos que ofendeu e prometendo olhar por aqueles que precisassem da sua força para vencer qualquer dificuldade que encontrassem, Ogum se jogou no buraco que imediatamente se fechou. Tornando- se assim um Orixá.



Os filhos de Ogum são pessoas de personalidade muito forte, são pessoas batalhadoras que não medem esforços para atingir seus objetivos, são aqueles que mesmo contrariando a lógica lutam insistentemente até vencer. E vencem!
São pessoas que não se prendem à riqueza, ganham hoje e gastam amanhã. Agem assim por que confiam no seu potencial e sabem que sempre vão conseguir proventos suficientes para se manter. Mas o que eles gostam mesmo é do poder. São líderes natos, e devido a necessidade de estar sempre a frente, podem se tornar pessoas egoístas e desagradáveis. Mas isso não é uma regra.
 Geralmente os filhos de Ogum são pessoas que falam e riem alto para que todos se divirtam com suas histórias, e que adoram compartilhar sua felicidade. O que causa inveja em algumas pessoas mal intencionadas. Por isso Ogum é um dos primeiros Orixás chamados nos trabalhos de inveja, por ser o que mais sofre com isso ele é o que mais sabe combater.


As Características dos filhos de Ogum são:


  • Impulsivos
  • Fiéis
  • Batalhadores
  • Líderes
  • Objetivos
  • Teimosos
  • Competitivos
  • Rudes

As Oferendas para Ogum são:



  • Pano ou toalha vermelha
  • Cará 
  • Inhame
  • Farofa amarela
  • Palitos de churrasco (para serem espetados no cará representando lanças) 
  • Fitas vermelhas
  • Flores (cravo e palmas vermelhas)
  • Cerveja Branca
  • Licor de Gengibre
* A oferenda para Ogum pode ser entregue em diversos lugares, tudo depende de onde o Ogum é. Mas geralmente são entregues em estradas devido a ele ser o "Abridor de Caminhos" 



No sincretismo religioso, Ogum é São Jorge, por ter tido história de vida semelhante ao Orixá. São Jorge também lutou por quem precisou seguindo seus ideais. 
Devido a isso o dia que Ogum é festejado é 23 de Abril, dia de São Jorge Guerreiro.





As qualidades de Ogum são:


  • Ogum Iara 
  • Ogum Beira Mar
  • Ogum Sete Ondas
  • Ogum Megê
  • Ogum de Lei
  • Ogum de Ronda
  • Ogum Xoroquê 
  • Ogum Guarda Pedreira
  • Ogum Rompe Mato




  • As velas de Ogum são vermelhas, assim como suas guias na Umbanda
  • A saldação para Ogum na Umbanda é Ogunhê Meu Pai e Patacuri Ogum no Candomblé
  • Seu dia da semana é a Terça Feira
  • Seu elemento é a Lua
  • Seu metal é o Ferro
  • Suas flores são os cravos vermelhos e palmas também vermelhas
  • Seu mineral é o rubi
  • Suas ervas são: Espada de São Jorge; Açoita Cavalo; folhas de Romã; Erva de Coelho; Macaé; Jurubeba
  • Seu símbolo é a espada
  • Seus adornos são Espada, Escudo, Capacete e Capa




Na Umbanda Ogum tem a cor vermelha para simbolizar a força, e no Candomblé é azul devido a masculinidade. 
Todos os médiuns de incorporação estão aptos a receber Ogum. Tanto homens quanto mulheres, filhos ou não do Santo.
Ogum geralmente vem cruzando com seus braços suas armas (espada e escudo, ou duas espadas dependendo da qualidade do Ogum) e batendo-as em seu peito como sinal de imponência e desafio. Assim como os soldados batiam antigamente quando estavam prestes a iniciar as batalhas de guerra. Seu urro representa também desafiar seus inimigos na guerra.
"Bato no meu peito e chamo você para mostrar quem pode mais!" 




Abaixo uma oração bem conhecida de São Jorge e um vídeo para ilustrar o entendimento de vocês sobre essa postagem!










Ogunhê Meu Pai!

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Oxum

A Deusa do Amor



Oxum é o Orixá belo, vaidoso, dengoso, elegante, cheio de charme, de encantos e ternuras que habita o céu.

Considerada a Rainha da Beleza e do Amor, Oxum comanda as águas doces que vêm das cachoeiras e desembocam no mar.
Tudo que fala de Oxum, fala da sua enorme dedicação pelos que ela ama, dedicação essa que a levou a fazer coisas que não eram certas, por medo de perder mais um amor. Como fez com Obá aconselhando- a a cortar sua orelha e servir para Xangô, pois assim ela o agradaria da mesma forma que Oxum fazia.








Em sua história, Oxum tinha sede do conhecimento dos oráculos, precisava conhecer o passado, presente e futuro, somente assim se sentiria realizada. Pensou bastante a respeito e resolveu procurar Exu, usou toda sua doçura e encanto para que ele lhe ensinasse os segredos. Exu sentiu-se atraído pela bela mulher, mas não era de entregar nada gratuitamente e lhe propôs um trato. Se ela ficasse junto dele por sete anos fazendo todos os serviços de sua casa, entregaria os mistérios que ela tanto desejava. Oxum aceitou e durante todo o tempo do trato, lavou, passou e cozinhou para Exu. No final do período tratado, Exu cumpriu o que havia prometido e liberou-a. A moça, entretanto havia se apaixonado e mesmo com os segredos em mãos preferiu continuar morando com ele. Assim viveram por muito tempo em perfeita harmonia. Um dia Oxum estava à beira de um rio cantando com maravilhosa voz enquanto penteava os cabelos. Xangô, que por ali passava, escondeu-se para ver de onde vinha tão maravilhosa melodia. Ao deparar-se com a beleza encantadora da bela mulher enamorou-se perdidamente. Impetuoso como sempre, foi até ela e declarou-se. Ela, porém, explicando sua condição de casada e feliz, recusou o amor que o homem dizia sentir. Tomado de fúria, não admitia ser contrariado, agarrou a mulher e levou-a para seu reino onde a trancafiou no alto de uma torre de onde somente sairia para unir-se a ele. Dias e noites sem fim se passaram e Oxum em sua masmorra apenas chorava em desespero. Enquanto isso, Exu vasculhava por todos os cantos do mundo a procura da mulher que aprendera a amar e respeitar. Quando já estava para desistir, resolveu descansar à sombra de uma árvore, quando ouviu um canto melancólico e reconheceu imediatamente a voz que tanto amava. Rapidamente subiu até a torre e tomou conhecimento de tudo que acontecera. Tentou de todas as formas tirá-la dali, mas Xangô havia sido previdente, usara de um artifício mágico que deixava a mulher presa dentro de um circulo e somente ele conseguiria libertá-la. Sentindo-se derrotado, Exu foi embora jurando que voltaria. Andou sorumbático pelos caminhos, a cabeça em turbilhão, quando se deparou com um velho que perguntou o porquê daquela tristeza. Onde estava a alegria tão comentada de Exu? Ele não teve forças para responder, apontou o alto da torre que se via ao longe. O velho era Orunmilá e não precisou de mais detalhes, apenas queria saber o tamanho do amor que unia aqueles dois e a resposta do rapaz foi o suficiente. Tirou um saquinho de sua vestimenta e entregou a ele recomendando que aspergisse seu conteúdo sobre Oxum. Cheio de alegria e esperança Exu voltou correndo à prisão de sua amada. Sem dizer nada apenas jogou sobre ela todo o pó que Orunmilá lhe dera. No mesmo instante Oxum transformou-se em uma linda pomba dourada e saiu voando direto para seu lar onde mais tarde se reencontraram e viveram felizes por muitos anos.
Quando Exu não quis mais Oxum, ela foi viver nas cachoeiras onde foi descoberta pelo caçador Oxóssi a quem, devido a sua carência afetiva logo se apaixonou. 
Com Oxóssi teve 1 filho, que foi nomeado Logunedé. O Orixá que vivia 6 meses do ano na mata e 6 meses na cachoeira. 
Em uma de suas viagens na mata, Oxóssi tomou o feitiço de Ossain e ficou preso ao seu encanto. 
Oxum foi pedir ajuda a Ogum que procurou Iemanjá para lhe aconselhar em como agir. Iemanjá, mesmo muito desgostosa do filho ter trocado a mãe de Logunedé pelo feiticeiro da folha, disse a Ogum o que fez o coração de Oxum se partir novamente: "-O feitiço só cai em quem quer ser enfeitiçado". 
Dona de uma riqueza maior que sua carência, Oxum se deixou levar pelos encantos de Xangô que já tinha se casado e apaixonado por Iansã. Xangô lhe propôs ser sua segunda esposa, em troca de unirem suas riquezas. 
Por fim, quando se viu obrigada a lutar com Obá devido seu ato de astúcia. Oxum (juntamente com Obá), foi transformada por um raio de Xangô em um rio. O Rio Oxum, que até hoje na África só é agitado onde se encontra com o Rio Obá.










Os filhos de Oxum são pessoas que amam muito. Muitas vezes por amarem tanto, terminam padecendo e sendo vítimas de desonestidade. São ótimos conselheiros amorosos, e também cupidos infalíveis. Só têm uma certa dificuldade de apontar essa flecha pra si mesmos.




 As características dos filhos de Oxum são:



  • Carinhosos
  • Afetuosos
  • Vaidosos
  • Pirracentos
  • Persistentes
  • Gostam do ouro (coisas caras)
  • Fieis 
  • Pouco confiantes em si mesmos

As Oferendas para Oxum são:



  • Toalha ou pano Azul Escuro (Amarelo, Dourado ou Rosa dependendo do terreiro)
  • Velas Azul Escuras 
  • Fitas Azul escuras
  • Lírios Brancos abertos
  • Rosas Brancas
  • Champanhe Branco
  • Canjica Branca
  • Batata Doce
  • Frutas doces 
* Dê preferência a entregar em pedras de cachoeiras (lembrando de ser consciente e não poluir demasiadamente a casa de Oxum.






No Sincretismo Religioso, Oxum é representada por Nossa Senhora da Conceição. Há locais que pelo seu manto Azul Escuro ela é representada por Nossa Senhora de Aparecida .
Tornando assim o dia de sua celebração 12 de outubro ou 8 de dezembro. 
Em suma, qualquer Nossa Senhora que em sua imagem tiver anjos aos pés, poderá ser sincretizada Oxum. Daí a pergunta: "Por que as que têm anjos?" 
A resposta é simples: Anjos representam amor e pureza, que é o ponto mais forte de Oxum.



  • As Velas de Oxum são Azul Escura (representando as águas doces)
  • A Saudação para Oxum é "Aiê iê Mamãe Oxum"
  • Seu dia na semana é o Sábado
  • Seu elemento é a Cachoeira
  • Seu metal é o ouro e o cobre
  •  Suas Flores são o Lírio branco e Rosas brancas
  • Sua essência é Angélica
  • O Ponto da natureza que encontramos Oxum é nas águas doces, principalmente na cachoeira
  • Suas pedras são a sodalita e a pirita
  • Suas ervas são: Jasmim; Erva Cidreira; Colônia, Agoniada; Camomila; Lágrimas de Nossa Senhora; Erva Doce; Lírio; Boldo; Vitória Régia; Gengíbre e Celidônea.
  • Seu Símbolo é um coração
  • Seu adorno é um Abebê (espelho)



Na Umbanda assim como no Candomblé, somente incorporam o Orixá Oxum aqueles que tem ela em sua coroa seja como mãe de cabeça ou ajuntó. O canto de Oxum é doce e entra dentro da alma dos que ouvem, muitas vezes causando emoção. Sua dança é suave e dengosa, demonstrando toda a doçura desse Orixá lindo. 
Mesmo que Oxum venha chorando, seu choro também é delicado e meigo e serve tanto para limpar o médium, quanto para evitar um sofrimento por algo que está para acontecer. 


Segue um vídeo muito bonito que me ajudou a meditar antes de escrever essa postagem.




Aiê iê Mamãe Oxum!



sábado, 9 de junho de 2012

Oxóssi

 Oxóssi é o Deus da Caça.

Por seu conhecimento Oxóssi é considerado o Orixá da Sabedoria. Aquele que sempre orienta seus filhos o melhor caminho para seguirem, a melhor palavra para falarem e a melhor atitude a tomarem. Quem confia em Oxóssi, nunca se sente perdido ao ter que tomar uma decisão por muito tempo.
 Filhos de Oxóssi costumam ser apaixonados por animais. Tratam-nos muitas vezes até melhor do que um próprio humano, e confiam bem mais neles do que em gente. Oxóssi caça, mas sua caça é pela sobrevivência e não pela extinção. Por isso ele respeita muito todos os seres vivos que habitam a terra, e consegue tirar de cada um a sabedoria para que haja equilíbrio na terra. 








Em resumo, a lenda de Oxóssi diz que ele se tornou Orixá ao livrar uma aldeia de um pássaro da desgraça atirando apenas uma flecha certeira no peito da ave.
 Aprendeu a caçar com Ogum, seu irmão mais velho. Foi casado com Oxum, com quem teve Logunedé (Orixá do candomblé que é 6 meses Oxum, vivendo na água doce e 6 meses Oxóssi vivendo na mata). Abandonou Oxum por Ossaim o Orixá da folha quem o enfeitiçou, mesmo sendo alertado por sua Mãe Iemanjá








As características dos filhos de Oxóssi em geral são:



  • Sábios ao falar com as pessoas
  • Amantes dos bichos e da natureza
  • Joviais 
  • Rápidos tanto mentalmente quanto fisicamente
  • Independentes
  • Observador
  • Um pouco nervosos, mas controlados

As oferendas para Oxóssi na Umbanda em geral são:

  • Moranga 
  • Amendoim 
  • Feijão Preto
  • Camarão
  • Frutas
  • Cerveja Branca
  • Pano verde para servir de toalha
  • Fitas verdes
*Dê preferência a entregar tudo na mata, debaixo de árvores que dão frutos



No sincretismo religioso, Oxóssi é considerado São Sebastião por ter tido vida semelhante a do santo católico. Na Bahia ainda o sincretizam como São Jorge, que para nós no sudeste, Sul e Centro Oeste do Brasil é Ogum.



  • As velas de Oxóssi são verdes, assim como suas guias e roupas. 
  • A saldação para Oxóssi na Umbanda é "Oxossiê meu Pai" e "Okê Arô" no Candomblé
  • O dia de celebrar Oxóssi na semana é Quinta feira, e sua festa geralmente é em 20 de Janeiro dia de São Sebastião.
  • Seu elemento é a Terra
  • Seu metal é o Bronze
  • Suas Flores são as Flores do Campo
  • Sua essência é o Alecrim
  • O ponto da Natureza que se encontra Oxóssi é a Mata
  • Suas ervas são: Alecrim, Guiné, Vence Demanda, Abre Caminho, Peregum (verde), Taioba, Espinheira Santa, Jurema, Jureminha, Mangueira, Desata Nó. (Erva de Oxossi, Erva da Jurema, Alfavaca, Caiçara, Eucalipto)
  • Seu símbolo é o Ofá




Na Umbanda, não é comum a incorporação do Orixá Oxóssi. Ele se manifesta na irradiação, mas os médiuns incorporam os Caboclos que são regidos por Oxóssi e falam em seu intermédio. Para receber o Orixá Oxóssi na Umbanda, é necessário que o médium seja filho de frente do santo, tenha uma coroa de Pai Pequeno feita e ainda assim tenha a preparação e mediunidade necessária para que o Orixá se manifeste. Há casos que Oxóssi não se manifesta, mas dá tanta força ao caboclo do médium que torna-se indiferente sua incorporação. 
As condições físicas e mentais do médium são levadas em conta para que o mesmo esteja apto a receber esse orixá que em matéria de incorporação é o mais difícil de se trazer. 
 Aos filhos de Umbanda, o fato de NÃO receber Oxóssi, não significa que não é merecedor, nem que não tem força ou é diferente dos outros. Nem muito menos que tem mais ou menos proteção. Significa apenas que o filho não tem alguma de suas características que os faz mentalizar o Orixá em seu reino de luz. 
 Sentir todos irão sentir, só que isso não definirá que a incorporação acontecerá. Mesmo por que é melhor que não façamos nada forçado, para que não vire uma encenação, ao invés de trazer o Orixá com toda sua luz maravilhosa.


Abaixo um vídeo que Ilustra um pouco da história de Oxóssi:





Oxossiê meu Pai!