sexta-feira, 15 de junho de 2012

Oxum

A Deusa do Amor



Oxum é o Orixá belo, vaidoso, dengoso, elegante, cheio de charme, de encantos e ternuras que habita o céu.

Considerada a Rainha da Beleza e do Amor, Oxum comanda as águas doces que vêm das cachoeiras e desembocam no mar.
Tudo que fala de Oxum, fala da sua enorme dedicação pelos que ela ama, dedicação essa que a levou a fazer coisas que não eram certas, por medo de perder mais um amor. Como fez com Obá aconselhando- a a cortar sua orelha e servir para Xangô, pois assim ela o agradaria da mesma forma que Oxum fazia.








Em sua história, Oxum tinha sede do conhecimento dos oráculos, precisava conhecer o passado, presente e futuro, somente assim se sentiria realizada. Pensou bastante a respeito e resolveu procurar Exu, usou toda sua doçura e encanto para que ele lhe ensinasse os segredos. Exu sentiu-se atraído pela bela mulher, mas não era de entregar nada gratuitamente e lhe propôs um trato. Se ela ficasse junto dele por sete anos fazendo todos os serviços de sua casa, entregaria os mistérios que ela tanto desejava. Oxum aceitou e durante todo o tempo do trato, lavou, passou e cozinhou para Exu. No final do período tratado, Exu cumpriu o que havia prometido e liberou-a. A moça, entretanto havia se apaixonado e mesmo com os segredos em mãos preferiu continuar morando com ele. Assim viveram por muito tempo em perfeita harmonia. Um dia Oxum estava à beira de um rio cantando com maravilhosa voz enquanto penteava os cabelos. Xangô, que por ali passava, escondeu-se para ver de onde vinha tão maravilhosa melodia. Ao deparar-se com a beleza encantadora da bela mulher enamorou-se perdidamente. Impetuoso como sempre, foi até ela e declarou-se. Ela, porém, explicando sua condição de casada e feliz, recusou o amor que o homem dizia sentir. Tomado de fúria, não admitia ser contrariado, agarrou a mulher e levou-a para seu reino onde a trancafiou no alto de uma torre de onde somente sairia para unir-se a ele. Dias e noites sem fim se passaram e Oxum em sua masmorra apenas chorava em desespero. Enquanto isso, Exu vasculhava por todos os cantos do mundo a procura da mulher que aprendera a amar e respeitar. Quando já estava para desistir, resolveu descansar à sombra de uma árvore, quando ouviu um canto melancólico e reconheceu imediatamente a voz que tanto amava. Rapidamente subiu até a torre e tomou conhecimento de tudo que acontecera. Tentou de todas as formas tirá-la dali, mas Xangô havia sido previdente, usara de um artifício mágico que deixava a mulher presa dentro de um circulo e somente ele conseguiria libertá-la. Sentindo-se derrotado, Exu foi embora jurando que voltaria. Andou sorumbático pelos caminhos, a cabeça em turbilhão, quando se deparou com um velho que perguntou o porquê daquela tristeza. Onde estava a alegria tão comentada de Exu? Ele não teve forças para responder, apontou o alto da torre que se via ao longe. O velho era Orunmilá e não precisou de mais detalhes, apenas queria saber o tamanho do amor que unia aqueles dois e a resposta do rapaz foi o suficiente. Tirou um saquinho de sua vestimenta e entregou a ele recomendando que aspergisse seu conteúdo sobre Oxum. Cheio de alegria e esperança Exu voltou correndo à prisão de sua amada. Sem dizer nada apenas jogou sobre ela todo o pó que Orunmilá lhe dera. No mesmo instante Oxum transformou-se em uma linda pomba dourada e saiu voando direto para seu lar onde mais tarde se reencontraram e viveram felizes por muitos anos.
Quando Exu não quis mais Oxum, ela foi viver nas cachoeiras onde foi descoberta pelo caçador Oxóssi a quem, devido a sua carência afetiva logo se apaixonou. 
Com Oxóssi teve 1 filho, que foi nomeado Logunedé. O Orixá que vivia 6 meses do ano na mata e 6 meses na cachoeira. 
Em uma de suas viagens na mata, Oxóssi tomou o feitiço de Ossain e ficou preso ao seu encanto. 
Oxum foi pedir ajuda a Ogum que procurou Iemanjá para lhe aconselhar em como agir. Iemanjá, mesmo muito desgostosa do filho ter trocado a mãe de Logunedé pelo feiticeiro da folha, disse a Ogum o que fez o coração de Oxum se partir novamente: "-O feitiço só cai em quem quer ser enfeitiçado". 
Dona de uma riqueza maior que sua carência, Oxum se deixou levar pelos encantos de Xangô que já tinha se casado e apaixonado por Iansã. Xangô lhe propôs ser sua segunda esposa, em troca de unirem suas riquezas. 
Por fim, quando se viu obrigada a lutar com Obá devido seu ato de astúcia. Oxum (juntamente com Obá), foi transformada por um raio de Xangô em um rio. O Rio Oxum, que até hoje na África só é agitado onde se encontra com o Rio Obá.










Os filhos de Oxum são pessoas que amam muito. Muitas vezes por amarem tanto, terminam padecendo e sendo vítimas de desonestidade. São ótimos conselheiros amorosos, e também cupidos infalíveis. Só têm uma certa dificuldade de apontar essa flecha pra si mesmos.




 As características dos filhos de Oxum são:



  • Carinhosos
  • Afetuosos
  • Vaidosos
  • Pirracentos
  • Persistentes
  • Gostam do ouro (coisas caras)
  • Fieis 
  • Pouco confiantes em si mesmos

As Oferendas para Oxum são:



  • Toalha ou pano Azul Escuro (Amarelo, Dourado ou Rosa dependendo do terreiro)
  • Velas Azul Escuras 
  • Fitas Azul escuras
  • Lírios Brancos abertos
  • Rosas Brancas
  • Champanhe Branco
  • Canjica Branca
  • Batata Doce
  • Frutas doces 
* Dê preferência a entregar em pedras de cachoeiras (lembrando de ser consciente e não poluir demasiadamente a casa de Oxum.






No Sincretismo Religioso, Oxum é representada por Nossa Senhora da Conceição. Há locais que pelo seu manto Azul Escuro ela é representada por Nossa Senhora de Aparecida .
Tornando assim o dia de sua celebração 12 de outubro ou 8 de dezembro. 
Em suma, qualquer Nossa Senhora que em sua imagem tiver anjos aos pés, poderá ser sincretizada Oxum. Daí a pergunta: "Por que as que têm anjos?" 
A resposta é simples: Anjos representam amor e pureza, que é o ponto mais forte de Oxum.



  • As Velas de Oxum são Azul Escura (representando as águas doces)
  • A Saudação para Oxum é "Aiê iê Mamãe Oxum"
  • Seu dia na semana é o Sábado
  • Seu elemento é a Cachoeira
  • Seu metal é o ouro e o cobre
  •  Suas Flores são o Lírio branco e Rosas brancas
  • Sua essência é Angélica
  • O Ponto da natureza que encontramos Oxum é nas águas doces, principalmente na cachoeira
  • Suas pedras são a sodalita e a pirita
  • Suas ervas são: Jasmim; Erva Cidreira; Colônia, Agoniada; Camomila; Lágrimas de Nossa Senhora; Erva Doce; Lírio; Boldo; Vitória Régia; Gengíbre e Celidônea.
  • Seu Símbolo é um coração
  • Seu adorno é um Abebê (espelho)



Na Umbanda assim como no Candomblé, somente incorporam o Orixá Oxum aqueles que tem ela em sua coroa seja como mãe de cabeça ou ajuntó. O canto de Oxum é doce e entra dentro da alma dos que ouvem, muitas vezes causando emoção. Sua dança é suave e dengosa, demonstrando toda a doçura desse Orixá lindo. 
Mesmo que Oxum venha chorando, seu choro também é delicado e meigo e serve tanto para limpar o médium, quanto para evitar um sofrimento por algo que está para acontecer. 


Segue um vídeo muito bonito que me ajudou a meditar antes de escrever essa postagem.




Aiê iê Mamãe Oxum!



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