quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Xangô

Orixá da Justiça


O Deus temperamental, lindo e destemido 

Xangô é o orixá que não se conforma! O que quanto mais tem, mais acredita em seu potencial e busca ter mais e mais. É senhor da justiça divina, a que determina o que nós mortais merecemos ou não passar em conseqüência de nossas atitudes, palavras e pensamentos. 
Dono das pedreiras do fogo e dos trovões, Xangô expressa seu poder por meio desses elementos de imponência da natureza, onde esbraveja (Trovão) e se mantém firme (Pedreiras). Mas também não deixa de chorar no colo de Oxum em forma de cachoeiras que saem das pedras, quando se vê triste.





 Em sua lenda Xangô, filho de Iemanjá e irmão do meio de Ogum e Oxóssi. Era o mais temperamental.    Não tinha rinchas com os irmãos, mas tinha em mente que poderia ser mais corajoso que Ogum, e merecia mais atenção do que a que era dada à Oxóssi. 
 Xangô conquistou o amor de Iansã ao se decepcionar com Ogum que quebrou a promessa de guardar seu segredo de bufalo, tornando-a assim sua primeira e mais amada esposa. 
 Mais tarde, também aproveitando- se da decepção que seu irmão Oxóssi teria causado, trocando- a por um homem feiticeiro Ossaim e indo viver na mata. Xangô conquista Oxum, tendo assim sua segunda esposa. 
 E por fim ao ver o esforço de todos os outros Orixás e grandes guerreiros para apenas vencer Obá em batalha, Xangô planeja uma luta em local escorregadio, derruba Obá e a toma ali mesmo, tendo assim sua terceira (e menos amada) esposa. 
 Certo dia um Babalaô de seu reino procura o rei para informar que o povo está morrendo, devido ao calor que castigava e a falta de água e comida por não chover. 
 Xangô se afastou de seu reino e suas esposas para pedir aos deuses que se algum sacrifício tivesse que ser feito, que fosse o dele próprio já que era o rei e não queria ver seu povo morrer na desgraça da fome e sede. 
 Isso trouxe caos aos reino, pois metade dos súditos pensaram que Xangô havia abandonado o reino e a outra metade acreditava que ele tinha se afastado para procurar uma solução. Com isso os dois lados entraram em guerra e começaram a destruir o reino com fogo. 
 Desesperada Oxum começa a chorar. Chorou tanto que formou uma poça d'água, que tornou-se um lago. Vendo esse lago Iansã espalhou os ventos, e esses transformaram o lago em um rio. E o rio cobriu a terra seca do reino.
 A força de Xangô fez cair a chuva, que apagou o fogo ateado pelo povo da aldeia e trouxe novamente a paz ao reino de Oyó que não passou mais fome nem sede.
A cada comentário maldoso Xangô cuspia fogo e soltava faíscas pelo nariz. Andava pelas ruas de Oyó com seu oxé, um machado de duas pontas, que o tornava cada vez mais forte e astuto. Onde havia um roubo, o rei era chamado e, com seu olhar certeiro encontrava o ladrão onde quer que estivesse.
Para continuar reinando Xangô defendia com bravura sua cidade. Com o prestigio conquistado, Xangô ergueu um palácio com cem colunas de bronze, no alto da cidade de kossô, para viver com suas três esposas: Iansã, Oxum e Obá.
 Para prosseguir com suas conquistas, Xangô pediu ao babalaô de Oyó uma fórmula para aumentar seus poderes. Este entregou-lhe uma caixinha de bronze, recomendando que só fosse aberta em caso de extrema necessidade de defesa. 

 Curioso, Xangô contou a Iansã o ocorrido e ambos não se contendo, abriram a caixa antes do tempo.  Imediatamente começou a relampejar e trovejar. Os raios destruíram o palácio e a cidade, matando toda a população. Não suportando tanta tristeza, Xangô afundou terra adentro, retornando ao orun, e tornando-se assim o Orixá da justiça, por ter se sacrificado pelo que era certo, já que seu povo morreu sem ter culpa de nada. 






Filhos de Xangô são eloqüentes, sociáveis e bons ouvintes. Mas gostam sempre de dar a última palavra, mostrando que também são autoritários.
Contraditórios, são aristocráticos e libertinos. Infiéis em seus relacionamentos, mas conseguem estabelecer amizades duradouras.
Volúveis, esquecem rapidamente as paixões passadas. Estão sempre envolvidos em novas aventuras. E a paixão atual é sempre a maior, a única, a verdadeira.
 Os homens costumam ser bem robustos com ombros largos, e mesmo que não tenham aparência bonita, chamam atenção


Características dos filhos de Xangô:

  • Autoritários
  • Conquistadores
  • Enérgicos 
  • Sensíveis
  • Centrados
  • Observadores
  • Competitivos
  • Carinhosos
  • Ousados
  • Machistas  




Oferendas para Xangô:


  • Quiabo
  • Amalá
  • Rabada com angu
  • Caruru
  • Peito de boi com angu
  •  Cerveja Escura
  •  Mel
  • Papel de seda marrom
* As oferendas para Xangô devem ser entregues em picos de pedreiras ou cachoeiras que tenham um número elevado de pedras. Usar sempre um papel de seda marrom como toalha, montar o prato em uma gamela ou murinha e abrir uma cerveja escura ao lado. 





O culto de Xangô é muito popular no Novo Mundo, tanto no Brasil como nas Antilhas. Em Recife, seu nome serve mesmo para designar o conjunto de cultos africanos praticados no Estado de Pernambuco. Na Bahia, seus fiéis usam colares vermelho e branco, como na África. Quarta-feira é o dia da semana que lhe é consagrado. Assim que saudam, gritando: Kaô Cabecile!, "Venham ver o rei descer sobre a Terra!"
 Em suas danças, Xangô brande orgulhosamente seu machado duplo e assim que se acelera ele faz o gesto de quem vai pegar pedras e lançá-las sobre a Terra. O simbolismo de sua dança deixa aparecer seu lado licencioso e atrevido.




Xangô é o Orixá masculino que vem com a dança mais bonita, em sua dança ele inspira confiança e tenta mostrar que se pode ser forte sem perder a ternura. É um deus lindo tanto em suas essências quanto em suas vibrações. É o "menino mimado" dos Orixás, no sentido em que com seu jeito sempre conseguiu o que queria de todos. 
Devemos ser muito cautelosos ao pedir JUSTIÇA para Xangô. A justiça desse Orixá é diferente da justiça dos homens, que é cega. Xangô enxerga os dois lados da moeda e as vezes justiça não é bem o que acreditamos que vai nos favorecer e sim nos colocar em situação pior. Por isso é muito importante analisarmos se o que queremos é o que realmente é certo ou simplesmente o que nos convém.





No sincretismo Xangô pode ser tanto São Geronimo, São Pedro quanto São João Batista. Que torna assim sua data comemorativa ser em possível em 3 dias: 24/06 (Dia de São João); 29/06 (dia de São Pedro); 30/09 (dia de São Geronimo). 





  • As velas de Xangô são Marrons assim como suas guias na Umbanda
  • A saudação para Xangô é Kaô Kabecilê tanto na Umbanda quanto no Candomblé
  • Seu dia da Semana é Quarta-Feira 
  • Seu elemento é o Fogo
  • Seu metal é o cobre
  • Suas ervas são: Alevante, Hortelã, Eucalipto, Amexeira, Ipê Amarelo, Babosa, Folhas De Café, Lírio Do Brejo, Folha De Limoeiro, Eucalipto Limão, Folha De Parreira e Lírio Da Cachoeira; Erva de São João, Erva de Santa Maria, Beti Cheiroso, Nega Mina, Elevante, Cordão de Frade, Jarrinha, Erva de Bicho, Erva Tostão, Para raio, Umbaúba. 
  • Seu mineral é o Estanho
  • Cravos brancos e vermelhos e flores brancas em geral
  • Seu símbolo é o machado
  • Seu adorno é o Oxé 
  • Seu ponto na natureza é a Pedreira



Na Umbanda Xangô se manifesta em todos os médiuns de incorporação independente de terem o Orixá em sua coroa como Pai de Cabeça ou não. 
Xangô geralmente vem batendo as mãos sobre a cabeça como se fossem pedras, seguindo isso ele exibe sua dança e reverência aos que lhe admiram. Nas poucas vezes que o Orixá vir chorando, deve se dar uma atenção especial pois ele geralmente ele está tentando indicar que seu médium está tomando atitudes erradas que poderão prejudica-lo em breve. 




Segue uma Oração ao Orixá Xangô:

Poderoso Orixá de Umbanda,
Pai, companheiro e guia.
Senhor do equilíbrio e da justiça.
Auxiliar da Lei do Carma,
Só tu, tens o direito de acompanhar pela eternidade,
Todas as causas, todas as defesas, acusações e eleições,
Promanadas das ações desordenadas, ou dos atos impuros e benfazejos que praticamos.
Senhor de todos os maciços e cordilheiras,
Símbolo e sede da tua atuação planetária no físico e astral.
Soberano Senhor do Equilíbrio, da equidade,
Velai pela inteireza do nosso caráter.
Ajude-nos com sua prudência.
Defenda-nos das nossas perversões,
Ingratidões, antipatias, falsidades,
Incontenção da palavra e julgamento indevido dos atos
Dos nossos irmãos em humanidade.
Só Tu és o grande Julgador.
Kaô Cabecilê Xangô.

Abaixo um vídeo da História de Xangô: 





Xangô morreu foi de idade
Morreu escrevendo em uma pedra
Foi ele quem escreveu a justiça
Quem deve paga
Quem merece recebe



Kaô Kabecile 




Nenhum comentário:

Postar um comentário